Nas últimas semanas, a comunidade médica brasileira tem debatido intensamente a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que atualizou as regras para o uso da telemedicina no país.
Se por um lado a normativa está sendo muito comentada, por outro sobram dúvidas sobre as reais alterações práticas que ela trará ao cotidiano dos profissionais. Pensando nisso, elencamos alguns pontos importantes sobre o uso da telemedicina no Brasil que você deveria considerar. Acompanhe a leitura!
Em primeiro lugar, o que é telemedicina?
A telemedicina é uma palavra usada para designar qualquer tipo de prática médica que seja realizada à distância, independentemente do seu formato ou suporte. Embora tenha sido utilizada pela primeira vez na década de 1950, foi nos anos 1990 que seu uso se popularizou, principalmente devido à expansão da internet.
De acordo com a resolução do CFM 1643 de 2002, a telemedicina só poderia ser utilizada como um recurso de suporte entre médicos, seja para estimular a troca de experiências e impressões diagnósticas entre profissionais, ou em situações como a emissão de laudos ou capacitação de colaboradores na área da saúde.
No entanto, como a regulamentação já tinha mais de 15 anos, período em que houve inúmeros avanços tecnológicos e as queixas da população sobre a dificuldade em obter acesso à saúde pública de qualidade se avolumaram, foi ficando cada vez mais evidente a necessidade de revisar e ampliar a norma, até mesmo para regulamentar situações que já estavam em curso.
Por isso, em fevereiro de 2019, o CFM publicou a resolução 2217 de 2018, que amplia os limites da utilização da tecnologia.
Por meio da normativa, a telemedicina passou a ser considerada também para o exercício da medicina na assistência, pesquisa, prevenção de doenças e promoção de saúde, o que inclui novas regras para temas como consultas online e telediagnóstico.
Embora já seja uma realidade em outros países, o assunto provocou intenso debate entre a comunidade médica brasileira, razão pela qual o CFM abriu um prazo para receber contribuições de profissionais médicos para o aprimoramento da ideia e estabelecimento dos parâmetros éticos para que a tecnologia seja utilizada.
Como a nova regulamentação da telemedicina modifica o atendimento médico?
A regulamentação da telemedicina no Brasil traz uma verdadeira revolução para o atendimento médico, já que ampliará, por exemplo, o acesso à saúde e a profissionais de referência por pacientes que estão em áreas de difícil acesso ou em que há grande carência de especialistas com o uso de ferramentas notebooks, smartphones e tablets.
Além disso, trata-se de uma oportunidade interessante para médicos especialistas em todo o país, já que eles poderão ampliar expressivamente a participação em sua área de atuação e, consequentemente, ajudar a pacientes que, de outra maneira, talvez jamais chegassem ao consultório.
Por outro lado, é importante entender que a telemedicina não precisa ser encarada como um agente enfraquecedor da fundamental relação médico e paciente.
Isso porque a tecnologia também pode ser encarada como uma ferramenta de suporte e até mesmo de ampliação dessa relação, já que o profissional estará mais facilmente acessível para dar suporte ao paciente em qualquer lugar, estreitando o relacionamento e diminuindo a rotatividade no consultório.
Além disso, é importante lembrar que o exercício da medicina por meio dessa modalidade não exime o profissional de atender os parâmetros éticos e legais de uma consulta presencial, incluindo, mas não limitando-se à garantia de confidencialidade e proteção de dados.
Dessa maneira, a telemedicina figura como uma inovação interessante de ampliação à assistência médica e de captação de novos pacientes, sem contudo comprometer o exercício da profissão em seus princípios éticos inegociáveis.
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