O uso de WhatsApp na medicina é fruto de uma revolução tecnológica que vem ocorrendo na sociedade. Ele pode trazer muitos benefícios ao profissional, seja no atendimento de emergência a um paciente ou na discussão com a própria classe médica sobre casos da profissão. Mas o WhatsApp pode ser usado para consultas médicas? O CFM possui algumas regras. Conheça!

WhatsApp na medicina utilizado para publicidade

O primeiro uso do WhatsApp na medicina que pode ser destacado é a publicidade. Sabe-se que essa ferramenta, quando bem utilizada, pode ser muito importante. Conforme a Resolução CFM nº 1.974/11 (Manual de Publicidade Médica), que traz regras próprias e limites ao marketing realizado por médicos, o uso da ferramenta deve observar:

  • O aplicativo não pode ser utilizado para prestar consultoria aos pacientes;
  • O médico não pode adotar tom sensacionalista ao repassar qualquer informação.

WhatsApp como ferramenta de comunicação entre médico e paciente

O uso do WhasApp na medicina como ferramenta de comunicação entre médico e paciente sempre foi objeto de discussão. Por isso, o CFM se manifestou a respeito no processo-consulta nº 50/16 – Parecer CFM º 14/2017. De forma simples, é possível utilizar o aplicativo na comunicação entre médicos e seus pacientes e entre os profissionais (em caráter privativo).

Devem ser observadas algumas regras, como:

  • É possível enviar dados ou tirar dúvidas com colegas, bem como em grupos fechados de especialistas ou do corpo clínico de uma instituição ou cátedra;
  • As informações passadas tem absoluto caráter confidencial e não podem extrapolar os limites do próprio grupo, nem circular em grupos recreativos;
  • O uso do WhatsApp não substitui consultas presenciais e aquela para complementação diagnóstica ou evolutiva a critério do médico.

Consulta online

A principal regra do uso do WhatsApp na medicina indica que não se pode realizar consultas por meio da ferramenta. No entanto, é possível que exista troca de mensagens entre médicos e pacientes com o objetivo de tirar dúvidas, tratar de aspectos evolutivos do tratamento e transmitir orientações sobre intervenções de caráter emergencial.

Em casos relevantes, o médico deve orientar o paciente a comparecer ao consultório e registrar a ocorrência em prontuário ou ficha clínica.

Essa vedação à consulta online, como regra, ocorre pela junção da Resolução  nº 1958/2010 do CFM e do Código de Ética Médica (art. 37). A resolução aponta que  “a consulta médica compreende a anamnese, o exame físico e a elaboração de hipóteses ou conclusões diagnósticas, solicitação de exames complementares, quando necessários, e prescrição terapêutica como ato médico completo e que pode ser concluído ou não em um único  momento”.

Já o Código diz que o médico não pode “prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após cessar o impedimento”.

 

O uso do WhatsApp na medicina pode ser muito benéfico para a orientação médica em situações de emergência e para a discussão de casos clínicos com observância do sigilo. No entanto, isso não substitui a necessidade da consulta presencial.

Os profissionais devem tomar cuidado ao utilizar a telemedicina e ferramentas, como o WhatsApp, de modo a não expor o paciente e a adotar somente as condutas permitidas pelas normas da classe.

 

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